Por: Kadu Marques
Já não é de hoje que o Distrito Federal enfrenta problemas na super lotação carcerária e não podemos esperar que as coisas piorarem com a lotação acima da capacidade as consequências podem ser terríveis para os presos, para os servidores agentes penitenciários e a própria população. Segundo o Deputado Ricardo Vale, após visita ao Complexo Penitenciário da Papuda, na manhã de ontem (18). Para ele, o número reduzido de agentes agravaria os problemas e nesta semana, um detento fugiu e cerca de outros 40 detentos fizeram greve de fome.
O deputado Ricardo Vale (PT) que é presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro da Câmara Legislativa, em sua visita ouviu familiares dos detentos que denunciaram o protesto e em seguida ouvimos a direção que confirmou juntamente com os presos, a greve decorreu em função dos descumprimentos dos direitos dos apenados, como o banho de sol e visitas, que estariam acontecendo á cada 15 dias, segundo eles este direito é semanal, revelou o deputado Ricardo Vale.
Para o diretor Elivaldo Ferreira de Melo, os banhos de sol continuarão permitidos nos espaços abertos de cada cela individual, o banho de sol coletivo não será permitido, pois á risco de atrito entre os grupos rivais. As visitas, a cada 15 dias, também não devem mudar. declara ainda que, se o estado não colocar mais agentes penitenciários ali imediatamente, além de os presos não terem seus direitos contemplados, isso pode comprometer a segurança do presídio.
Para o “Sindpen Sindicato dos Agentes Penitenciários” que também denuncia o déficit de profissionais. Seria necessário o dobro dos agentes que hoje atuam. Precisamos de agilidade no concurso público para o preenchimento imediato de 200 vagas, além do cadastro reserva de 900 agentes. Esse efetivo, diz o Sindpen, ainda não será suficiente, já que o DF tem 14 mil detentos, o dobro da capacidade.
Humilhação
Se para os detentos e os agentes penitenciários a situação é considerada crítica, a situação fica cada vez pior para os familiares que têm a intenção de realizar visitas á entes queridos que dizem sofrer o descaso e assédio moral por parte dos agentes. Por medo de represálias ou marcações, a mãe de um detento que prefere não se identificar (diz) sou moradora de Samambaia e tenho que madrugar para chegar ás 7h da manhã para visitar o meu filho, que está preso há um ano e dois meses por roubo. Os familiares dizem que tem que acampar ao relento, pois, esta é a única forma de conseguir entrar. Nós somos humilhadas. Obrigam-nos á correr na chuva ou no sol pra pegar uma senha. Já jogaram spray de pimenta, soltaram os cachorros em cima da gente, chutam nossas barracas dizendo que aqui não tem camping.
Seguem dizendo, nos sabemos que eles cometeram erros e tem que pagar pra justiças e a sociedade, mas não é justo da forma que eles fazem com senhoras, crianças e jovens, não importa a idade, merecemos respeito, relata a mãe de um apenado do complexo da papuda.