A ética e a moral viveram no passado

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Até os anos 60, mais ou menos, a vasta maioria das pessoas acreditava na existência absoluta de políticos com moral e ética. Hoje, tudo isto mudou. A maioria das pessoas perdeu seu senso de certeza e realidade. Elas aprenderam a aceitar que os valores morais são definidos culturalmente e que a sociedade define seus próprios padrões morais.

Isto foi reforçado por um sistema judicial, na maioria dos países ocidentais, que procura reinterpretar as leis e os princípios antigos em termos de sensibilidades, percepções modernas e igualdades sociais. Subitamente, as pessoas passaram a ter “direitos” que nunca tiveram antes, “direitos” que são tão elásticos e tão ajustáveis que qualquer senso universalmente aceito de certo e errado foi completamente perdido.

Novamente, os valores que existiram durante milênios foram derrubados em um período muito curto de tempo. Os Dez Mandamentos, que fundamentaram nosso pensamento moral durante séculos e forneceram a estrutura para nossos sistemas judiciais, foram completamente colocados de lado, tudo isto ocorreu nos últimos anos, até mesmo o assim chamado Iluminismo do século 18, que fez tanto para solapar o cristianismo, não conseguiu criar uma sociedade baseada no relativismo moral e na igualdade.

Nos dias atuais mais e mais pessoas deixam de acreditar em uma democracia igualitária, onde as riquezas serão divididas em partes iguais, a sociedade em si esta tão acostumada com as migalhas caídas da mesa, que já não tem mais a vontade viril de lutar, o conceito de que não adianta brigar e que nada vai mudar, hoje predomina na mente da sociedade, tendo apenas uns poucos conscientes que vão as ruas e brigão por um pais mais justo e igualitário.

Por: Kadu Marques

Brasil, minuto de ligação de celular vale ouro

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A Folha de São Paulo publico no dia (07/10/2013) sobre os custos abusivos das chamadas de celular no Brasil. Grande parte do péssimo serviço e de alto custo é o tratamento que se dá em nossas agências reguladoras como se cabide de emprego para políticos fosse:

O custo da chamada de celular no Brasil é o mais caro do mundo, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (7) pela ITU (União Internacional de Telecomunicações), da ONU.

O minuto da ligação entre uma mesma operadora fora do horário de pico custa US$ 0,71 no país. Entre operadoras diferentes, a tarifa sobe para US$ 0,74.

No caso das chamadas feitas por números da mesma operadora, a tarifa mais baixa encontrada foi de US$ 0,01 o minuto, em Hong Kong e na Índia. Nos Estados Unidos, por exemplo, o custo é de US$ 0,27.

A tarifa no Brasil é mais que o dobro de outros países da América Latina, como Argentina e México, onde o minuto, em ambos, custa US$ 0,32.

Em relação às ligações feitas entre operadoras diferentes, a menor tarifa encontrada foi de US$ 0,01, em Hong Kong. A segunda menor é de US$ 0,02, da Índia. Também considerando as chamadas feitas fora do horário de pico.

O levantamento considerou 161 países e, no Brasil, utilizou as tarifas médias praticadas em São Paulo.

INFRAESTRUTURA

Os fatores que ajudam a explicar os altos custos da telefonia no Brasil, conforme explica Marcelo Knörich Zuffo, professor da Escola Politécnica da USP, são, basicamente, três: baixo investimento em infraestrutura, alta demanda e alta incidência tributária.

“Isso é uma tendência que vai ser muito difícil de se reverter nos próximos anos”, avalia.

O estudo ainda  mostrou que, assim como o Brasil, países desenvolvidos, como Suíça e França, possuem altos custos de chamadas móveis. Por lá, no entanto, a realidade é outra.

“Nesses países também há alta incidência tributária, mas a qualidade dos serviços é outra”, diz Zuffo.

“Não é possível comparar esses países com o Brasil em termos de infraestrutura. Em alguns horários na cidade de São Paulo você simplesmente não consegue fazer uma ligação.”

OS MAIS CAROS

Ligação entre números da mesma operadora

País Custo* do minuto  em US$ Brasil 0,71 Nova Zelândia 0,70 Suíça 0,68 Grécia 0,58 França 0,56 Reino Unido 0,56 * fora do horário de pico

Ligação entre números de operadoras diferentes

País Custo* do minuto em US$ Brasil 0,74 Nova Zelândia 0,70 Suíça 0,68 Argentina 0,63 Grécia 0,58 * fora do horário de pico

OUTRO LADO

Em nota, a Sinditelebrasil, entidade que representa o setor de telecomunicação, diz que o levantamento de preços da ITU considera planos que “não são  praticados no mercado brasileiro, apenas são homologados no órgão regulador, como uma espécie de preço máximo”.

Por isso, explica a entidade, o resultado do relatório não reflete a realidade brasileira, formada por uma grande variedade de planos alternativos, com preços menores.

“Se forem levados em conta todos os planos, verificamos que o preço médio do minuto no Brasil é de R$ 0,15, com impostos (US$ 0,068). E esse preço caiu pela metade nos últimos cinco anos.”

CONECTADOS

Em relação à conectividade, o estudo mostrou que a proporção de domicílios com acesso à internet no Brasil subiu de 38% em 2011 para 45% em 2012.

O destaque ficou com a banda larga móvel, cuja penetração subiu de 22% em 2011 para 37% em 2012.

Ainda, o relatório diz que 88% da população brasileira, no fim do ano passado, já era coberta pelas redes de terceira geração (3G), que permitem conexão móvel em banda larga.

TECNOLOGIA

No resultado geral, apresentado pelo relatório, que revela o quanto os países estão preparados para usar as tecnologias de comunicações, o Brasil fica em 62º lugar, atrás de países como Grécia (32º), República Tcheca (34º), Arábia Saudita (50º) Argentina (53º) e Costa Rica (60º).

Os primeiros colocados foram Coreia, Suécia e Islândia, nesta ordem. E os últimos foram Chade (155º), República Centro-Africana (156º) e Níger (157º).

O Brasil precisa de mais educação e menos violência.

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Estudos divulgados nesta semana mostrou que o crime de homicídio contra jovens de até 19 anos cresceu 376% desde 1980. Só para se ter uma ideia, entre 1980 e 2010, os homicídios como um todo cresceram 259%, contra os 376% apenas entre os jovens. Tristeza e preocupação maiores ficam por conta da constatação de que o ritmo de crescimento da morte entre jovens é constante. Em 30 anos, só teve queda quatro vezes. Se em 1980, a morte dos jovens representava pouco mais de 11% dos casos de assassinato, em 2010, passou a 43%.

Entra governo e sai governo, os homicídios de jovens continuam sendo o calcanhar de Aquiles do poder público. Com esses índices de aumento, fica claro que, do ponto de vista da prevenção, a criança e o adolescente não são prioridade dos governos, exceto, infelizmente, no período de campanha eleitoral. No ranking geral de violência entre todas as idades, Minas Gerais ocupa a vigésima terceira posição entre os estados brasileiros, com 3.201 homicídios registrados em 2010.

Em contrapartida, foi o 4º estado em crescimento nos índices de homicídios de 10 a 14 anos, ficando atrás de Bahia, Maranhão e Pará, respectivamente. Com isso, os índices de homicídio subiram, em nosso estado, 340%. Para Alba Zaluar, antropóloga da Universidade Estadual do Rio, os dados devem ser analisados com “cuidado”, já que entre 2002 e 2010 houve uma melhora na qualificação das estatísticas sobre mortes. Ou seja, casos que antes constavam como “outras violências” nos dados oficiais passaram a ser homicídios.

Já a coordenadora da Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente, Perla Ribeiro, acredita que o Brasil passa por um momento de criminalização da adolescência. Ela afirma que “Cada vez mais cedo, os jovens estão envolvidos com as drogas e a violência em todas as instâncias, inclusive a doméstica.” E as maiores motivações de homicídios entre jovens são justamente o tráfico de drogas, a violência doméstica e o acesso cada vez mais cedo a armas de fogo.

O sociólogo do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo, Diego Vincentin, avalia os índices como alarmantes e afirma: “Tenho convicção de que, por mais repetitivo que seja, a elaboração de políticas públicas é a única saída para diminuir esses índices”. A legislação brasileira define que, até 2016, todas as crianças com idades entre 4 e 17 anos devem estar na escola – antes, apenas o ensino fundamental, que vai de 6 a 14 anos, era obrigatório.

O Brasil, no entanto, ainda está longe de investir recursos suficientes na fase inicial da educação, a pré-escola, de acordo com o pesquisador em educação Ernesto Martins Faria. E isso não é luxo. É essencial chegar à criança numa idade em que ela está formando hábitos que a acompanharão pelo resto da vida.

Enquanto entre os países da OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – a média de alunos que nunca frequentaram a pré-escola é de 8%, no Brasil esse valor beira os 20%. Os dados mostram que as verbas para o setor não são suficientes para atender toda a demanda de educação para nossas crianças e adolescentes. Por isso, é fundamental aumentá-las. Educação não é gasto, é investimento. Ela tem de ser levada a sério como instrumento para acabar com a exclusão social. Mas nem tudo está perdido.

A educação brasileira deverá receber investimento de 10% do PIB até 2020, segundo proposta aprovada em junho na Câmara dos Deputados. A decisão equivale a dobrar em termos reais os recursos para a Educação nos orçamentos das prefeituras, dos governos estaduais e do governo federal.

O texto, agora, depende da apreciação do Senado. A sociedade precisa ficar de olho já que, para o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, a aprovação dos 10% é resultado da pressão popular. Índices, números, estatísticas… vistos assim não impressionam tanto, a não ser quando ganham rostos, nomes, histórias. Afinal, números não são capazes de medir a dor de pais que perdem filhos, irmãos que perdem irmãos, amigos, namoradas e namorados que enfrentam uma trágica e precoce solidão.

Então, para irmos além dos números, a coisa funciona assim: se não quisermos registrar ano após ano nosso fracasso através do aumento do número de mortes violentas entre crianças e adolescentes é urgente que nós, sociedade e governo, redesenhemos o cenário atual. Qualquer criança tem o direito de ser criança. Infelizmente, o acontece é que elas estão sendo pressionadas a crescer, coagidas a amadurecer, ou desviadas para o caminho da marginalidade.

É nessa fase da vida que se inicia a construção do ser humano pleno, autônomo, crítico e criativo. Sem isso, corremos o risco de lançar mais uma geração às páginas policiais e o Brasil abre mão de desenhar um futuro próspero, alegre e colorido.

Voto consciente.

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O exercício da cidadania e a projeção que o voto efetua em nosso quotidiano são dois assuntos que, volta e meia, entram no debate. Em virtude de seu elevado valor estar intimamente ligado às questões sociais no que diz respeito à qualidade de vida de uma nação inteira, o voto é instrumento que traduz anseios pelas mudanças.

É nesse contexto de transformação por uma sociedade mais igualitária que o jovem se encaixa como peça fundamental: com seu forte poder persuasivo, não deve se mostrar relapso às discussões que envolvem temas vinculados ao rumo de uma nação mais politizada. De modo contrário, seus questionamentos devem fazer parte de uma análise como um todo.

Com base no atual quadro de estagnação político-social em que se encontra o país é que se faz necessário – e com urgência – a revisão de conceitos tão influentes como é o caso da cidadania e do voto. A poderosa arma que determina o destino do Estado pode, às vezes, ser apenas a continuidade das várias mazelas (mudar para continuar do mesmo jeito), se não vista cautelosamente pelo eleitor.

Em contrapartida, casos como “compra” de votos (quem detêm o poder econômico, detêm o poder político), considerados como crime eleitoral, são vivenciados no mundo da política. O que vende o voto por uma cesta básica ou outro artifício, vende a sua liberdade, sua cidadania, a sua dignidade. Sendo assim, a política do “pão-e-circo” exercida na Roma Antiga ainda possui traços que se evidenciam na política contemporânea.

É em função de uma tendência, cuja valorização de um poderoso instrumento seja vista de forma mais ampla e também de uma sociedade engajada frente aos seus compromissos, é que se torna necessária uma participação consciente de todos.

Desenvolvimento da Participação Consciente, é o ponto central da cidadania. Para melhor desenvolve-la no indivíduo, exige-se uma boa formação de caráter que se inicia na infância, com a família, e desenvolve-se ao longo da vida, com a sociedade.

A educação e a cidadania são dependentes uma da outra. Educação é indispensável a qualquer sociedade, mas nem toda sociedade disponibiliza uma educação de qualidade. Uma educação para que haja cidadania, necessita de um projeto político e democrático. Cidadania caracteriza-se pela participação consciente dos cidadãos nas decisões e cumprimento das leis impostas pela sociedade.

A educação para cidadania requer envolvimento cognitivo e afetivo do indivíduo. O simples repasse de conhecimento e informação não é o bastante para despertar o interesse dos jovens na participação social. O ensino requer a participação no meio escolar, esclarecimento das dúvidas, envolvimento afetivo, espírito crítico, debates, e a resolução pacífica de conflitos e oposição ao autoritarismo.

Desenvolver uma visão crítica no jovem é de extrema importância para sua vida social. A adesão de valores democráticos e a participação política estão diretamente ligados ao nível de escolaridade. Quanto mais educado e culto o povo é, mais alto será o nível do país, diminuindo as desigualdades e problemas.

Para que haja formação de cidadãos que saibam gozar cocientes de seus direitos políticos e civis, será necessário um melhoramento na educação pública do país. Só assim pode-se contar com um futuro melhor.

O cyber-ativismo no Seculo XXI

Cyber-ativismo, ou ciber-ativismo, é uma forma de ativismo realizado através de meios eletrônicos, como a informática e a internet. Na visão dos que o praticam, o ciber-ativismo é uma alternativa aos meios de comunicação de massa tradicionais, permitindo-lhes “driblar” o monopólio da opinião pública por estes meios, ter mais liberdade e causar mais impacto, ou é apenas uma forma de expressar suas opiniões.
Na década de 90, a internet chegou mostrando a facilidade de conectar pessoas diferentes em diversas partes do mundo e logo se tornou popular. A velocidade que as informações levam para ir de um extremo ao outro chamou atenção e despertou o interesse, incluindo a de ativistas que divulgavam suas ideias através de outros meios de comunicação.

Foi então que surgiram os primeiros vestígios do Ciber-ativismo”
O Ciber-ativismo geralmente busca apoio para suas causas “que costumam ser de cunho ambiental, político ou social” através da Internet e de outros meios mediáticos; divulgam e abrem espaço para discussões, procurando algumas vezes estabelecer uma “REDE DE SOLIDARIEDADE” . A utilização das informações na Internet passou a ter maior visibilidade até mesmo pelo baixo custo e eficácia na resposta a curto, médio e longo prazo pela comunidade virtual.

Apesar de estar basicamente tudo ao alcance de um clique, não quer dizer que o Ciber-ativismo se restrinja apenas a isso. Além do virtual, ainda é necessária a existência do ativismo real, por um ser muito dependente do outro e ambos fazerem parte de um processo que se completa. É preciso também, o comprometimento e conhecimento do(a) ativista pela causa que se está lutando e não apenas um clique a mais ou a menos.

O que acontece hoje no nosso mundo real, muitas vezes pode ser reproduzido virtualmente de formas semelhantes, como, por exemplo, a existência de passeatas, abaixo assinados, petições e atos de vandalismo na web. Alguns sites foram invadidos e pichados, levando a marca do(a) invasor(a) ou tendo seu conteúdo modificado. Já as passeatas virtuais são feitas na intenção de boicotar um site impedindo que outras pessoas possam acessar, através de acordos de data e horário para entrar em determinado site. Para se tornar mais eficiente o ativismo necessita buscar meios mais eficientes de interação e o Ciber-ativismo tem esta preocupação em buscar ações inovadora.

Atitudes semelhantes se aproximam das ações da Mídia Tática ou “faça você sua própria mídia”, mais ou menos como o principio do punk, incentivando cada pessoa ou cada grupo que deseja tomar uma atitude, ou divulgar suas ideias, a fazerem por eles próprios de novas formas ou utilizando os mesmos meios de forma criativa, sem esperar que outros tomem uma atitude. A desmistificação da mídia e a quebra dos padrões de informações que se restringem a certos grupos sociais ou intelectualizados.
Existem alguns grupos aqui no Brasil, que divulga notícias, textos, fotos, vídeos e denúncias a toda hora enviados por voluntários(as), que, segundo eles, devem oferecer “notícia alternativa e crítica de qualidade que contribua para a construção de uma sociedade livre, igualitária e que respeite o meio ambiente.”

Alguns grupos se encaixam no que se pode chamar de “guerrilha midiática” a fim de desmascarar a mídia, mostrando o quanto ela não é confiável, a fragilidade da verdade oficial nas notícias transmitidas.As noticias da primeira aparição ativista social, são do Exército Zapatista de Libertação Nacional, 1994, em listas de discussão, e-mails e site FTP (Protocolo de Transferência de Arquivos), mas só em 1996 criaram sua própria homepage onde podiam reivindicar os direitos indígenas ao mesmo tempo em que aproximavam seu discurso ao de novos movimentos sociais esquerdistas e ampliavam o seu campo de batalha.

O Greepeace tem seu site e pratica o Ciber-ativismo desde 1998, sendo que mais da metade dos seus atuais colaboradores podem ajudar e participar através da Internet. Uma das causas defendidas por ele é moratória da soja, que impede a comercialização da soja cultivada em áreas de desflorestamento da Amazônia. Causas como a proteção do oceano, diminuição da poluição, energias renováveis, animais em extinção, entre outras, também são defendidas.

Hoje em dia os sites ciber-ativistas são muitos e estão espalhados pelo mundo inteiro. O do MST (Movimento sem terra) hoje é um site de grande alcance, com tradução para outros idiomas, espalha seus ideais dentro e fora do Brasil, sempre evitando usar estrangeirismos.Outros projetos podem ser acessados em sites como Anistia internacional, que mantém uma campanha contra a violência que atinge as mulheres no Iraque, onde pode-se enviar uma carta ao primeiro-ministro iraquiano ou o SOS Mata Atlântica em que plantar uma árvore, esta ao alcance de um clique no mouse.

Os críticos argumentam que esse tipo de ativismo bate de frente com alguns problemas. O principal deles é a exclusão digital. Argumenta-se que isso cria uma representação desproporcional em relação àqueles que não tem acesso à Internet ou não têm habilidade com as tecnologias de Internet.

Os críticos também argumentam que o ciber-ativismo pode promover “principalmente em discussões políticas” o fenômeno da cyber-balcanização, que é quando há a fragmentação e polarização de um determinado assunto ao invés de um consenso.
Uma outra crítica feita contra o ciber-ativismo é em relação à atividade dos ativistas além da Internet. já dito certa vez o ativista americano Ralph Nader, “a Internet não realiza um bom trabalho na hora de motivar as pessoas”, citando o fato do congresso dos EUA, o Pentágono e corporações “não temerem o uso cívico da Internet” .

Os ativistas “curtem” uma página do Facebook, repassam mensagens no Twitter, comentam em blog, assinam abaixo-assinados e realizam outras atividades na Internet, porém o engajamento dos ciber-ativistas “fora da internet” “como, por exemplo, ações de caridade, trabalho voluntário, passeatas, protestos e engajamento político” fica bem abaixo do engajamento na Internet. Há um termo que explica esse fenômeno: Slacktivism, que é a união das palavras inglesas slack e activism (algo como “ativismo preguiçoso” ou “ativismo de preguiçosos”). Trata-se de um termo pejorativo usado para aquelas situações em que as pessoas participam de causas da Internet com pouco, ou nenhum resultado prático efetivo, apenas para aliviar consciência.

Corrupção ou jeitinho Brasileiro?

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Jeitinho”, expressão brasileira para um modo de agir informal amplamente aceito, que se vale de improvisação, flexibilidade, criatividade, intuição, etc., diante de situações inesperadas, difíceis ou complexas, não baseado em regras, procedimentos ou técnicas estipuladas previamente. “Dar um jeito” ou “Dar um jeitinho” significa encontrar alguma solução não ideal ou previsível. Por exemplo, para acomodar uma pessoa a mais inesperada em uma refeição, “dá-se um jeitinho”.

O “jeito” ou “jeitinho” pode se referir a soluções que driblam as normas, ou que criam artifícios de validade ética duvidável.

A expressão “jeitinho” no diminutivo em certos casos, assume um sentido puramente negativo, significando não só driblar mas violar normas e convenções sociais, uma forma dissimulada de navegação social tipicamente brasileira, na qual são utilizados recursos como apelo e chantagem emocional, laços emocionais e familiares, recompensas, promessas, dinheiro, e outros ou francamente anti-éticos para obter favores para si ou para outrem, às vezes confundido ou significando suborno ou corrupção.

Exemplos:

  • Pagamento de propina, para ser aprovado no exame da carteira de habilitação de motoristas.
  • Dar dinheiro para o guarda de trânsito não aplicar uma multa. A frase “tem como dar um jeitinho?”, não é necessariamente considerada suborno, apenas um apelo ao uso de flexibilidade, complacência.
  • Deixar tudo pra última hora: pagamentos, procedimentos burocráticos, responsabilidades.
  • Chorar para um vendedor o desrespeitando, para fazer seu trabalho mão de obra muito mais barato.

Os adeptos do “jeitinho” consideram de alto status agir desta forma, como se isto significasse ser uma pessoa articulada, bem posicionada socialmente, capaz de obter vantagens inclusive ilícitas, consideradas imorais por outras culturas.

O jeitinho caracteriza-se como ferramenta típica de indivíduos de baixo nível de politização, não há o ânimo de se mudar estruturas, buscando exclusivamente obter uma solução de curto prazo para si, às escondidas e sem chamar a atenção; por isso, o “jeitinho” pode ser também definido como “molejo”, “jogo de cintura”, habilidade de se “dar bem” em uma situação “apertada”. Não deve ser confundido, porém, com malandragem, que possui seus próprios fundamentos.

Diversos personagens do imaginário popular brasileiro trazem esta característica. Um dos mais conhecidos é o João Grilo, personagem de Ariano Suassuna em O Auto da Compadecida, também carrega em si o jeitinho.

No livro “Dando um Jeito no Jeitinho“, se define jeitinho como uma saída para situações sem saída ou mesmo para uma situação que não se quer enfrentar, além disso, indica que o jeitinho não é só negativo (corrupção, levar vantagem, etc.), ele também tem um lado positivo. O autor demonstra isto indicando três características do jeitinho: inventividade/criatividade, função solidária e o lado conciliador do jeitinho. O livro também demonstra que o jeitinho não é um “privilégio” brasileiro, encontrando-se nas mais variadas culturas. No México é “la mordida“, no Peru “la salida“, na Argentina “coima“, nos Estados Unidos (até lá tem o jeitinho) é “pay off“, na Itália é “bustarella“. Todo esse vocabulário mundial se refere a suborno, propina, corrupção, que é utilizado nestes países no lugar de “jeitinho“.

“Raízes do Brasil” (Capítulo “O Homem Cordial”), fala sobre o brasileiro e uma característica presente no seu modo de ser: a cordialidade. Porém, cordial, ao contrário do que muitas pessoas pensam, vem da palavra latina cor, cordis, que significa coração. Portanto, o homem cordial não é uma pessoa gentil, mas aquele que age movido pela emoção no lugar da razão, não vê distinção entre o privado e o público, ele detesta formalidades, põe de lado a ética e a civilidade.

Em termos antropológicos, o jeitinho pode ser atribuído a um suposto caráter emocional do brasileiro, descrito como “o homem cordial” pela antropologia. No livro “Raízes do Brasil”, O autor afirma que o indivíduo brasileiro teria desenvolvido uma histórica propensão à informalidade. Deva-se isso ao fato de as instituições brasileiras terem sido concebidas de forma coercitiva e unilateral, não havendo diálogo entre governantes e governados, mas apenas a imposição de uma lei e de uma ordem consideradas artificiais, quando não inconvenientes aos interesses das elites políticas e econômicas de então. Daí a grande tendência fratricida observada na época do Brasil Império, tendência esta bem ilustradas pelos episódios conhecidos como Guerra dos Farrapos e Confederação do Equador.

Na vida cotidiana, tornava-se comum ignorar as leis em favor das amizades. Desmoralizadas, incapazes de se imporem, as leis não tinham tanto valor quanto, por exemplo, a palavra de um “bom” amigo; além disso, o fato de afastar as leis e seus castigos típicos era uma prova de boa-vontade e um gesto de confiança, o que favorecia boas relações de comércio e tráfico de influência.  A informalidade era – e ainda é – uma forma de se preservar o indivíduo.

No entanto, esta “cordialidade” não deve ser entendida como caráter pacífico. O brasileiro é capaz de guerrear e até mesmo destruir; no entanto, suas razões animosas serão sempre cordiais, ou seja, emocionais.

O livro “A Filosofia do Jeito”, aborda da seguinte forma. A expressão jeitinho apareceu na primeira metade do século XX, com o processo de modernização industrial do Brasil, quando o brasileiro, acostumado com a vida social apoiada nas relações pessoais, viu-se repentinamente transformado em indivíduo. O indivíduo não tem jeito: os critérios de relação social entre indivíduos estão apoiados na imparcialidade. O jeito do corpo importa nas relações com o caráter afetivo. Para o indivíduo, o importante é a autonomia preservada pela imparcialidade normativa. A grande mídia trabalha com a idéia de que somente o indivíduo imparcial será capaz de nos “levar para frente”. E tudo que acontece de errado nas nossas instituições privadas ou políticas (corrupção, suborno, rabo preso, etc.) é tratado como culpa do jeitinho, que não é uma prática “moderna” e revelaria nosso atraso. No entanto, a especificidade do jeitinho é priorizar a afetividade em algumas circunstâncias, apesar da norma. O jeitinho não é conseqüência de um “atraso” por não sermos indivíduos imparciais. Ele envolve uma outra visão de homem e organização humana. Só damos um jeitinho para quem sabe pedir com um jeito: com humildade, simpatia, urgência diante de uma imprevisibilidade. Diante de um jeito superior ou arrogante não damos um jeitinho, invocamos a lei. Portanto, ele revela um critério ético e uma axiologia sobre um modo de ser no mundo: este modo de ser aceita a participação da imprevisibilidade, da fragilidade, da afetividade e da invenção dentro das organizações.

“Pode-E-Não-Pode”

A antropólogia compara a postura dos norte-americanos e a dos brasileiros em relação às leis. Explica que a atitude formalista, respeitadora e zelosa dos norte-americanos causa admiração e espanto nos brasileiros, acostumado a violar e a ver violada as próprias instituições; no entanto, afirma que é ingênuo creditar que a postura brasileira apenas à ausência de educação adequada.

Diferente das norte-americanas, as instituições brasileiras foram desenhadas para coagir e desarticular o indivíduo. A natureza do Estado é naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, é inadequada à realidade individual. Um curioso termo – Belíndia – define precisamente esta situação.

Ora, incapacitado pelas leis, descaracterizado por uma realidade opressora, o brasileiro deverá utilizar recursos que vençam a dureza da formalidade, se quiser obter o que muitas vezes será necessário à sua mera sobrevivência. Diante de uma autoridade, utilizará termos emocionais. Tentará descobrir alguma coisa que possuam em comum – um conhecido, uma cidade da qual gostam, a “terrinha” natal onde passaram a infância. Apelará para um discurso emocional, com a certeza de que a autoridade, sendo exercida por um brasileiro, poderá muito bem se sentir tocada por esse discurso. E muitas vezes conseguirá o que precisa.

Nos Estados Unidos da América, as leis não admitem permissividade alguma, e possuem franca influência na esfera dos costumes e da vida privada. Em termos mais populares, diz-se que, lá, ou “pode”, ou “não pode”. No Brasil, descobre-se que é possível um “pode-e-não-pode”. É uma contradição simples: a exceção a ser aberta em nome da cordialidade não constitui pretexto para que novas exceções sejam abertas. O jeitinho jamais gera formalidade, e esta jamais sairá ferida após o uso do jeitinho.

Ainda de acordo com a antropologia, a informalidade é também exercida por esferas de influência superiores. Quando uma autoridade “maior” vê-se coagida por uma “menor”, imediatamente ameaça fazer uso de sua influência; dessa forma, buscará dissuadir a autoridade “menor” para assim neutralizá-la ou aplicar-lhe uma sanção.

A fórmula típica de tal atitude está contida no golpe conhecido por “carteirada”, que se vale da célebre frase “você sabe com quem está falando?”. Num exemplo clássico, um promotor público que vê seu carro sendo multado por uma autoridade de trânsito imediatamente fará uso (no caso, abusivo) de sua autoridade: “Você sabe com quem está falando? Eu sou o promotor público!” de qualquer forma um “jeitinho” foi dado.

MANTENHA SUA EQUIPE MOTIVADA

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O ritmo de trabalho de sua assessoria não pode cair. Por isso, é importante manter a motivação

A motivação é uma técnica utilizada em empresas privadas para manter a produtividade dos funcionários, e deve ser incorporada pelo político, seja no executivo, seja no legislativo, para que o ritmo de trabalho de sua assessoria não decaia.

A motivação deve ser incorporada ao jogo político, pois ajuda a manter a produtividade dos funcionários

Em qualquer esfera da nossa vida, como no casamento, no trabalho, no estudo etc., a rotina torna tarefas que eram realizadas com prazer e entusiasmo, em verdadeiros sacrifícios, feitos à custa de muito sofrimento e amargura.

Isso ocorre porque no dia-a-dia muitas frustrações são acumuladas. São expectativas que deixam de ser realizadas, ou se realizam, mas não do modo como era esperado. Pequenas mágoas que, com o tempo, transformam-se em profundas rivalidades, e assim por diante.

Na vida política, isso também acontece. Pouco a pouco o entusiasmo com o resultado eleitoral dá lugar às primeiras frustrações. São expectativas relacionadas a cargos e posições de destaque no governo, ou no gabinete do legislador, que fatalmente não são atendidas. Embora não perceptíveis num primeiro momento, tais rivalidades podem ser verdadeiras bombas-relógios prestes a explodirem.

No executivo há, ainda, toda uma série de restrições que impedem que os planos de governo sejam executados conforme o previsto. Em primeiro lugar surgem as restrições orçamentárias, endividamentos deixados por governos anteriores, quedas de receitas ou despesas inesperadas.

Em segundo lugar, aparecem os empecilhos da própria máquina burocrática. As estruturas estatais geralmente assumem formas fixas que acabam se tornando verdadeiros focos de resistência a qualquer tentativa de inovação.

No legislativo também se encontram muitos fatores de frustração e elementos que derrubam a motivação da equipe de assessoria. São projetos que, apesar de relevantes e bem elaborados, deixam de ir à votação porque os líderes partidários não chegam a um acordo sobre a pauta do dia, ou porque as iniciativas legislativas do executivo dominam a agenda. A todos esses fatores somam-se as cobranças dos eleitores que, alheios às dificuldades, esperam resultados imediatos. Diante desse quadro, cabe ao político responsabilidade por perceber quando é o momento adequado para alguma atitude que venha a reanimar a equipe.

O hábito de pequenas confraternizações em equipe podem ajudar a motivação de seu grupo

Atitudes singelas podem resultar num processo de motivação da equipe. Dentre vários exemplos de técnicas possíveis podemos destacar o hábito de pequenas confraternizações em equipe.

Nessas confraternizações, que podem ser desde um cafezinho no final de expediente até um jantar em algum restaurante agradável, o político pode reanimar sua equipe ressaltando os resultados obtidos, reafirmando compromissos e destacando o papel de cada membro da assessoria, ou até mesmo do primeiro escalão no caso do executivo, para que se conquistasse o que foi conquistado.

Enfim, assim como em nossa vida pessoal, na vida política é necessário utilizar todos os recursos disponíveis para que não percamos o ânimo e sejamos engolidos pela mera reprodução da rotina.