Na última quinta-feira (22/01), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgou o Relatório da Violência contra Jornalistas 2014. O documento aponta que 129 jornalistas sofreram algum tipo de violência. O estudo revela ainda três assassinatos, a maioria deles no Estado do Rio de Janeiro (RJ), com dois casos registrados.
Um dos casos mencionados é o do repórter cinematográfico Santiago Andrade, da Band, morto depois de ser atingido por um explosivo durante uma manifestação no Centro do RJ. Os dois réus, Caio Silva de Souza e Fábio Raposo vão a júri popular. Outro caso é de Pedro Palma, ocorrido em Miguel Pereira, no centro-sul do Estado.
Em fevereiro de 2014, Palma, único repórter do jornal Panorama Regional, foi assassinado com três tiros na porta de sua casa. Ele fazia denúncias de corrupção. O relatório indica ainda que houve uma queda de 30% no número de agressões contra os profissionais de imprensa no ano passado. Em 2013, foram 181 casos contra 124 registrados em 2014. A região Sudeste conta mais da metade das agressões.
São Paulo e Rio de Janeiro foram os Estados que mais tiveram jornalistas feridos. Segundo o levantamento, a maior parte da violência partiu de policiais durante os protestos nas ruas. O presidente da entidade, Celso Augusto Schroder, avalia que as agressões que vitimam os jornalistas devem ser cobradas.
“Isto é um primeiro passo que nós temos que fazer. Identificar efetivamente, fazer processos eficientes, e cobrar que os processos judiciais apurem. Por isso uma federalização de investigação seria importante, ou seja, nos locais que isso não for feito, seja qual for a razão, seria importante que pudéssemos estimular um setor nacional, federal que pudesse concluir essas investigações”.
Fenaj cobra marco regulatório da presidente Em mensagem enviada este mês à presidente Dilma Rousseff (PT), a entidade apresentou o diagnóstico sobre o sistema de comunicação brasileiro e solicitou que o novo governo implemente um novo marco regulatório para as comunicações no país e convoque a 2ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom).
Segundo a Fenaj, a situação da propriedade, das relações estabelecidas e da interferência na vida nacional por parte dos veículos de comunicação social é incompatível com a democracia, atendendo quase que exclusivamente aos interesses empresariais do setor. A entidade defende ainda que a ausência de incentivos à leitura coloca o Brasil entre os país com menor índice de leitura de jornais das Américas e que o jornalismo e os profissionais são prejudicados pelas escolhas empresariais de transformar seus empreendimentos em partidos políticos.
Por: Kadu Marques
Fonte: Comunique-se