O “jeito” ou “jeitinho” pode se referir a soluções que driblam as normas, ou que criam artifícios de validade ética duvidável. A expressão “jeitinho” no diminutivo em certos casos, assume um sentido puramente negativo, significando não só driblar mas violar normas e convenções sociais, uma forma dissimulada de navegação social tipicamente brasileira, na qual são utilizados recursos como apelo e chantagem emocional, laços emocionais e familiares, recompensas, promessas, dinheiro, e outros ou francamente anti-éticos para obter favores para si ou para outrem, às vezes confundido ou significando suborno ou corrupção.
Veja as 10 maneiras que os políticos no Brasil encontraram um jeitinho.
- Me dá um dinheiro aí. CASO: Máfia dos fiscais rombo de R$ 18 milhões nos anos de 1998 e 2008 na Câmara dos vereadores e servidores públicos de São Paulo. Comerciantes e ambulantes (mesmos aqueles com licença para trabalhar) eram colocados contra a parede: se não pagassem propinas, sofriam ameaças, como ter as mercadorias apreendidas e projetos de obras embargados.
- Olha essa mesada! em 2015 o Mensalão causou rombo de R$ 55 milhões na Câmara Federal. Segundo delatou o ex-deputado federal Roberto Jefferson, acusado de envolvimento em fraudes dos Correios, políticos aliados ao PT recebiam R$ 30 mil mensais para votar de acordo com os interesses do governo Lula.
- Siga aquela ambulância em 2016 os Sanguessuga causaram rombo de R$ 140 milhões nas Prefeituras e Congresso Nacional. Investigações apontaram que os donos da empresa Planam pagavam propina a parlamentares em troca de emendas destinadas à compra de ambulâncias, superfaturadas em até 260%. Membros do governo atuavam nas prefeituras para que empresas ligadas à Planam.
- Pobre Amazônia a Sudam embolsou mais de R$ 214 milhões entre 1998 e 1999 com a participação do Senado Federal e União. Dirigentes da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia ( SUDAM) desviavam dinheiro por meio de falsos documentos fiscais e contratos de bens e serviços. Dos 143 réus, apenas um foi condenado e recorre da sentença. Jader Barbalho, acusado de ser um dos pivôs do esquema, renunciou ao mandato de senador, mas foi reeleito em 2011.
- Navalha na carne sera que dói? A operação Navalha apropriou-se de R$ 610 milhões no ano de 2007 envolvendo Prefeituras, Câmara dos Deputados e Ministério de Minas e Energia. Atuando em nove estados e no Distrito Federal, empresários ligados à Construtora Gautama pagavam propina a servidores públicos para facilitar licitações de obras. Até projetos ligados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e ao Programa Luz Para Todos foram fraudados. Todos os 46 presos pela Polícia Federal foram soltos.
- Bilhete premiado caso dos Anões do orçamento mais um rombo de R$ 800 milhões nos anos 1989 a 1992 a casa do poder maior mais uma vez estava envolvida Congresso Nacional. Sete deputados (os tais “anões”) da Comissão de Orçamento do Congresso faziam emendas de lei remetendo dinheiro a entidades filantrópicas ligadas a parentes e cobravam propinas de empreiteiras para a inclusão de verbas em grandes obras. Ficou famoso o método de lavagem do dinheiro ilegal: as sucessivas apostas na loteria do deputado João Alves.
- Cadê o fórum que estava aqui? O TRT de São Paulo causou um rombo de R$ 923 milhões. O Grupo OK, do ex-senador Luiz Estevão do Distrito Federal, perdeu a licitação para a construção do Fórum Trabalhista de São Paulo. A vencedora, Incal Alumínio, deu os direitos para o empresário Fabio Monteiro de Barros. Mas uma investigação mostrou que Fabio repassava milhões para o Grupo OK, com aval de Nicolau dos Santos Neto, o Lalau, ex-presidente do TRT-SP.
- Precinho camarada só pra você. O Banco Marka gerou um prejuízo de de R$ 1,8 bilhão no ano de 1999 no Banco Central. Com acordos escusos, o Banco Marka, de Salvatore Cacciola, conseguiu comprar dólar do Banco Central por um valor mais barato que o ajustado. Uma CPI provou o prejuízo aos cofres públicos, além de acusar a cúpula do BC de tráfico de influência, entre outros crimes.
- Chama o Van Helsing caçador de vampiros. Os vampiros da Saúde roubou R$ 2,4 bilhões no ano de 1990 a 2004 no Ministério da Saúde. Empresários, funcionários e lobistas do Ministério da Saúde desviaram dinheiro público fraudando licitações para a compra de derivados do sangue usados no tratamento de hemofílicos. Propinas eram pagas para a Coordenadoria Geral de Recursos Logísiticos, que comandava as compras do Ministério, e os preços (bem acima dos valores de mercado) eram combinados antes. Todos os 17 presos já saíram da cadeia.
- Manda pra fora o Banestado nos anos de 1996 a 2000 causou no Paraná Durante quatro anos, cerca de US$ 24 bilhões foram remetidos ilegalmente do antigo Banestado (Banco do Estado do Paraná) para fora do país por meio de contas de residentes no exterior, as chamadas contas CC5.
E o Brasil ainda continua nas paginas dos principais jornais nacionais e internacionais sempre o mesmo assunto a corrupção que não tem fim.
Por: Kadu Marques